Desde a vitória de Arthur Aguiar, no BBB 22, muito se especulou sobre o formato do programa, dos administradores e das regras e votações.
Nessa última edição, os torcedores estavam realizando movimentos tóxicos e agressivos nas redes sociais, comentando nas páginas oficiais das marcas, o que preocupou a Globo.
Entenda o que rolou na final dessa edição: https://noticiasdatv.uol.com.br/noticia/bbb/com-torcidas-raivosas-bbb-23-assusta-marcas-e-acende-alerta-na-globo-101414
Isso afetou diretamente a página oficial do programa, afinal os torcedores ameaçaram atacar quem comentava nas publicações.
Como consequência, o número de votações diminuiu muito desde as votações anteriores.
Mas e aí, como as redes sociais têm poder nisso tudo?
“As redes sociais espelham nossa sociedade e maximizam tudo o que há nela, seja bom ou ruim. O conceito de engajamento é medido a partir do volume de interações que algum conteúdo tem nas redes sociais digitais, sendo positivas ou negativas.” Pedro Nogueira, pesquisador em Comunicação Digital e CEO da VJam.
Hoje em dia, grande parte do que acontece na sociedade é colocado e debatido nas redes sociais, principalmente o posicionamento de marcas, figuras públicas e reality shows.
Sendo assim, notamos o poder das mídias sociais e como elas têm a capacidade de moldar o desfecho de temas atuais, nesse caso, os realities.
A rede social é um ambiente com uma diversidade enorme de pessoas e assuntos, abrindo portas para o embate de opiniões e para a capacidade de movimentar as massas em prol de um objetivo, podendo gerar conflitos ou concordâncias.
Por isso, o fato das pessoas não poderem votar em quem elas mais gostam e se identificam, ultimamente, causou um grande conflito nas mídias, já que se revoltaram com o que havia acontecido no programa e não era o que estavam esperando.
A partir do momento em que estavam sendo contrariadas, tentavam bloquear a influência dos perfis de outras pessoas, e se alguém tentasse ter alguma interação era ameaçada de cancelamento.
Com isso, os torcedores começaram a ir às redes sociais dos patrocinadores e questionaram qual seria o posicionamento da marca em relação a esse problema.
As marcas se sentiram pressionadas e foram atrás da Globo para perguntar do porquê de não estarem conseguindo controlar os seus fãs, afinal tinham investido tanto e não estavam obtendo retorno.
Enfim, a treta entre as mídias, tradicional e digital, pode flopar o programa?
Henry Jenkins já previu isso tudo lá em 2006 quando escreveu o livro “Cultura da Convergência”, preconizando a colisão das mídias em que as tradicionais e as alternativas seriam influenciadas e pautadas umas pelas outras. Esse fenômeno deu início ao que chamamos de narrativa transmídia.
Isso é exatamente o que está acontecendo no BBB (e em outros assuntos atuais), já que a movimentação das mídias digitais exerce forte influência nos roteiristas, nos patrocinadores e na audiência do programa.
Levando tudo isso em consideração, será que o BBB vai mudar o seu formato ou vai flopar de vez? Gostou desse tema? Então você também pode gostar de: https://vjam.com.br/cultura-do-cancelamento-a-nova-forma-de-disseminar-odio-na-internet/